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Balcãs de carro: tudo o que você precisa saber

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Ao montar o roteiro da viagem pelos Balcãs, minha grande dúvida (nunca completamente esclarecida nos blogs e fóruns internet afora) era se poderíamos cruzar fronteiras livremente com o carro alugado.

A região tem lá seus problemas com furtos (assim como todo o leste europeu) e até pouquíssimo tempo atrás, as locadoras restringiam a circulação de seus veículos ao país de emplacamento. Ou impunham várias restrições (carros croatas podiam circular na Bósnia e em Montenegro mediante pagamento de uma taxa extra, por exemplo).

albania road1

Porém com a popularização da região e a chegada de mais e mais turistas a cada ano, as regras estão mudando e se flexibilizando. Nossa viagem em setembro de 2015 é prova disso.

Nós alugamos um carro na Albânia e conseguimos circular na Macedônia (ou FYROM), entrar no Kosovo, voltar pra Albânia, cruzar Montenegro e devolver o carro na Croácia. Sem sustos, sem aqueles 30 segundos de tensão enquanto o oficial da alfândega verifica os documentos (e você acha que ele vai implicar), muito menos tentativa de suborno.

E nada nos impedia de ir à Bósnia, à Bulgária e à Sérvia (contanto que evitássemos as fronteiras entre Sérvia e Kosovo – por causa da relação sensível entre os dois países).

kosovo border

A “logística” (dirigir, abastecer, estacionar, nos orientar – quando o GPS do celular falhava) também foi fácil.

É verdade que alguns trechos da Albânia, Kosovo e Macedônia estão péssimos, esburacados e que é preciso ficar ligado. Mas com certeza já dirigimos em condições muito piores e com motoristas muito mais imprudentes e agressivos. Pra quem está acostumado a dirigir nas grandes capitais brasileiras, eu diria que as estradas dos Balcãs não representam nenhum grande perigo.

Bohjni1

LOCADORAS

Usamos três carros diferentes ao longo da viagem.

Na Eslovênia (pick up e drop off no aeroporto de Ljubljana), eu reservei e paguei o carro antecipadamente através do AutoEurope.

Os preços de locação oferecidos pelo site britânico são imbatíveis: USD 22 por duas diárias do modelo compacto, com seguro. A locadora prestadora do serviço foi a Adria Cars e o atendimento foi muito bom. O carro também estava em ordem, novinho.

A Eslovênia é uma mini-Alemanha (ou mini-Áustria) no quesito infraestrutura. As estradas são excelentes e bem sinalizadas. Para trafegar e passar pelos pedágios basta comprar o vignette (fornecido pela própria Adria Cars – custou EUR 8) e colar no para-brisa.

Para a segunda e mais longa parte da viagem (pick up no aeroporto de Tirana, na Albânia e drop off no aeroporto de Dubrovnik, na Croácia), alugamos o carro na Sixt.

Já faz algum tempo que temos dado preferência à Sixt por causa da política transparente e descomplicada.

A Sixt foi a única empresa que respondeu de forma clara e objetiva os meus e-mails questionando a possibilidade de cruzar fronteiras. Além disso, não cobrou um valor abusivo pela “one-way fee” (visto que a intenção era pegar o carro numa localidade e devolver em outra).

E uma menção honrosa ao atendimento da equipe do aeroporto e da loja em Tirana: recebemos um upgrade, mas a caminho do centro o Will percebeu que tinha alguma coisa errada com o banco do motorista. Ligamos para o gerente e ele ofereceu outro carro na hora, na maior boa-vontade, mantendo o upgrade.

A quem interessar: a diária (veículo da categoria intermediária) custou EUR 56, com seguro completo e milhagem ilimitada.

Para a terceira parte da viagem (pick up e drop off no aeroporto de Dubrovnik), recorri novamente à AutoEurope. Três diárias – também com seguro completo e milhagem ilimitada – por módicos USD 32.

Nós poderíamos ter ficado com o carro da Sixt até o final da viagem, claro. Porém a troca representou uma economia de USD 140, que (na minha opinião) compensou o contratempo.

O aeroporto de Dubrovnik tem uma área enorme reservada apenas para as locadoras. Agendei a devolução/retirada no mesmo horário, então bastou emparelhar os carros e transferir a bagagem. O processo inteiro – conferir, assinar, bloquear cartão de crédito – não demorou mais que 20 minutos.

Se você não pretende sair de Dubrovnik, dispense o carro (passeie a pé e de ônibus – é quase impossível estacionar em Old Town). Porém se pretende visitar Mostar, como nós, o carro é imprescindível.

E aqui uma dica importante: todas as locadoras de Dubrovnik cobram uma taxa de EUR 50 caso o contratante tenha intenção de sair da Croácia (os bate-voltas são muito comuns). No nosso caso, a taxa custaria quase o dobro do valor de locação.

Eu fiquei com a pulga atrás da orelha e decidi pesquisar se era mesmo necessário pagar. Resposta: não é! Os carros de locadoras emplacados na Croácia são obrigados a circular com o green card. E o documento é igualmente válido na Bósnia e em Montenegro.

Em outras palavras, o green card já foi pago. Ele deve estar no kit/manual no porta-luvas.

Mais informações no blog/site Croatia Traveller (em inglês).

CARTEIRA DE HABILITAÇÃO

Assim como no restante da Europa, não é necessário apresentar a carteira internacional. A carteira de habilitação “comum” (mesmo que emitida em língua diferente da inglesa) é suficiente. Eu levei a minha por precaução e não usei.

SEGURO

Para não pagar as taxas das locadoras, eu e o Will costumamos nos valer do seguro oferecido pela operadora do cartão de crédito. Dessa vez foi diferente.

Na Albânia a contratação é obrigatória e o seguro já está incluso no valor da diária. Não cabe negociação. Para os carros locados na Eslovênia e na Croácia o custo do seguro oferecido pela AutoEurope era irrisório. Preferi contratar pra evitar burocracia.

GREEN CARD

Ao atravessar postos de fronteira nos Balcãs, o oficial pedirá seu passaporte, o documento do carro e o green card.

green card

O green card é um papelzinho verde – e não a papelada da locadora – reconhecido internacionalmente e que atua como prova de seguro na Europa. Nós compramos o nosso ao cruzar a fronteira da Albânia para a Macedônia. O green card é emitido na hora, basta apresentar o registro do carro. Em setembro de 2015 custou 40 euros, com validade de 14 dias.

Ah! Eu li cuidadosamente o documento e todos os países dos Balcãs (e do lado “B” europeu) fazem parte do acordo.

albania border

CARTA DA LOCADORA

Para evitar uma eventual implicância ou tentativa de suborno, os funcionários da Sixt imprimiram cartas de livre passagem (em inglês e albanês) e recomendaram que as deixássemos sempre à mão. Basicamente, as cartas continham os dados do motorista, placa e chassi do veículo e dados do contrato de locação.

Apenas um policial – numa verificação de rotina saindo de Berat – pediu as cartas. No mais, elas ficaram dentro de um envelope até o final da viagem.

ESTRADAS

– Eslovênia, Croácia e Montenegro: estradas de padrão europeu ocidental. Embora alguns trechos sejam mão dupla, quase sempre o asfalto está em excelente estado de conservação.

– Bósnia: estradas não tão boas quanto as da vizinha Croácia, mas com pouco movimento e padrão aceitável. Mais ou menos como as estradas brasileiras.

kosovo road

– Albânia, Kosovo e Macedônia: há trechos excelentes (como na novíssima “Patriotic Highway” – que liga Pristina a Tirana), mas a maior parte das estradas são muito ruins ou péssimas. Entre Berat e Ohrid era raro o ponteiro do velocímetro ultrapassar 30km/h. E trafegamos longos quilômetros em estrada de chão.

LEIS DE TRÂNSITO

Na Albânia e no Kosovo é obrigatório manter os faróis do carro sempre acesos, inclusive de dia. Nós fomos parados ao sair de Tirana – o guarda deu uma colher de chá por sermos estrangeiros e desconhecermos a norma.

E como em qualquer outro lugar do mundo, respeite o limite de velocidade e ultrapasse outros veículos somente quando permitido.

PEDÁGIOS

O único país onde pagamos pedágio foi a Macedônia, no trecho Ohrid – Skopje – Prizren. O valor foi irrisório: menos de 50 centavos de euros por praça.

Como a região está mudando (na Albânia e no Kosovo há áreas enormes designadas para praças de pedágio), convém sempre carregar alguns trocados na moeda local.

CONVENIÊNCIA

Toda lanchonete da península balcânica vende bürek, uma massa folheada recheada com espinafre, queijo ou geleia. Um lanche enche-barriga que vale a pena experimentar. E barraquinhas vendem frutas frescas na beira da estrada.

Os postos de gasolina (espalhados aos montes) normalmente aceitam cartão de crédito e débito como forma de pagamento.

E preciso dizer que fiquei de queixo caído com o estado dos banheiros femininos: vasos e chãos limpos, papel higiênico, papel para secar as mãos, sabonete líquido. Vi até trocador para bebês! Não parecia banheiro de posto.

Infelizmente o Will não pode dizer o mesmo dos banheiros masculinos.

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